- Pedro Valls Feu Rosa - http://pedrovallsfeurosa.com.br -

Das profecias

A existência de profetas está devidamente provada e comprovada na Bíblia, que em inúmeras passagens se refere aos mesmos como “a boca de Deus”. Eles não falam o que pensam nem o que querem, mas unica e exclusivamente aquilo que o próprio Deus coloca em suas bocas. Pode-se dizer que são “possuídos”, tornando-se instrumentos da vontade divina.

Assim, temos a passagem em que Deus menciona Aarão como o profeta, através de cuja boca falará ao povo judeu (Exodo, 4:16); e mais adiante designa Moisés como seu porta-voz para falar ao Faraó, determinando expressamente a Moisés que “tu falarás tudo o que eu te mandar; e Aarão teu irmão falará ao Faraó que deixe ir os filhos de Israel da sua terra” (Exodo, 7:2).

Diziam os antigos que o profeta não fala nada de si próprio, mas “seria como uma lira, na qual outros toquem”. E tanto é assim que em outro trecho da Bíblia encontramos: “E o espírito do Senhor se apoderará de ti, e profetizarás com ele, e te mudarás em outro homem” (I Samuel, 10:6).

Muito embora a Bíblia destaque os 4 profetas maiores (Isaias, Jeremias, Esequiel e Daniel) e os 12 profetas menores (Ozéias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias) como profetas mais importantes, não são mencionados, nem foram conhecidos apenas no Livro Sagrado. São encontrados em todas as religiões orientais, especialmente na Ásia Menor, desde os tempos mais remotos.

Onde se acha o maior número de profecias, na Bíblia, é, sem dúvida alguma, no Apocalipse, de São João, onde são descritas inúmeras visões e previsões numa linguagem figurada e enigmática, só acessível aos iniciados e verdadeiros intérpretes da palavra de Deus.

Temos, por exemplo, num certo trecho de São João: “E vi o céu aberto, e eis um cavalo branco; e o que estava assentado sobre ele chama-se Fiel e Verdadeiro; e julga e peleja com justiça. E os seus olhos eram como chama de fogo; e sobre a sua cabeça havia muitos diademas; e tinha um nome escrito, que ninguém sabia senão ele mesmo. E estava vestido de uma veste salpicada de sangue; e o nome pelo qual se chama é a Palavra de Deus. E seguiam-no os exércitos no céu em cavalos brancos, e vestidos de linho fino, branco e puro. E da sua boca saía uma aguda espada, para ferir com ela as nações; e ele as regerá com vara de ferro; e ele mesmo é o que pisa o lagar do vinho do furor e da ira do Deus todo Poderoso. E no vestido e na sua coxa tem escrito este nome: Rei dos reis, e Senhor dos senhores” (19:11 a 16).

No Islamismo reza-se que “Alá é Deus, e Maomé o seu profeta”.

Como essa pequena crônica deverá ser publicada já no ano novo, acreditamos que a profecia de Nostradamus aparentemente não foi exata, pois a mesma anunciava que o mundo terminaria antes do ano 2.000. Apesar de haverem surgido dúvidas sobre a interpretação desse ano 2.000 – se seria o do calendário gregoriano, chines, palestino, judaico, tailandes ou egípcio.

Nestes primeiros dias do novo século e do novo milênio, não podemos deixar de ressaltar, porém, as imorredouras palavras do famoso Profeta português, Gonçalo Annes Bandarra, quando proclamava aos céus e terra: “Virá e está próximo o Reino já anunciado pelos profetas, embora difícil de prever pelo vasto mar dos futuros, entre nuvens e cerrações das Escrituras proféticas. Este reino será o Quinto Império do Mundo porque sucederá aos quatro já conhecidos: o assírio, o persa, o grego e o romano. A profecia que tudo sustém é a que fez Daniel ao interpretar o sonho de Nabucodonosor. O quinto império será o Império e Reino da Terra, ou na terra. Diz o profeta que a pedra que derrubou a estátua encheu a terra inteira (Dan. 2,35)”.

E acrescenta: “O Quinto Império começará na era de 666 (1666), número que figura no Apocalipse de João (Jo 13, 18). Estender-se-á pelo mundo inteiro ao mesmo tempo. Todos se converterão, gentios e judeus. Haverá um só rebanho e um só Pastor. A Igreja será toda uma Jerusalém nova, santa e descida do Céu. Reinará a paz universal por muitos e muitos anos até a chegada dos tempos do Anticristo: tempos de catástrofes que precederão o Juízo Final”.

Como estamos numa época tormentosa, em que as verdadeiras profecias cada vez escasseiam mais, e a incerteza domina todos os espíritos, vale a pena pensar-se e considerar-se com muita profundidade os pensamentos e definições de Bandarra. Suas palavras, escritas lá por volta do século 18, mostram-se de uma atualidade impressionante.