- Pedro Valls Feu Rosa - http://pedrovallsfeurosa.com.br -

Índia & Brasil

A Índia é um enorme país asiático, com cerca de três milhões e trezentos mil quilômetros quadrados e um bilhão de habitantes. Não obstante estar situada na Ásia, apresenta, no entretanto, muita semelhança com o Brasil, especialmente no que se refere aos seus problemas, pois ambos são países do chamado “terceiro mundo”, também designados “países emergentes” por uns, ou “subdesenvolvidos”, por outros.

É uma das civilizações mais antigas do mundo. Sua origem perde-se na noite dos tempos. Escavações constataram a existência de prédios e construções muito importantes ao redor de cinco mil anos antes de Cristo.

Seu famoso monumento – o Taj Mahal – uma das dez maravilhas do mundo contemporâneo, obra imponente, majestosa e belíssima, que recebe anualmente a visita de milhões de visitantes, foi construído por volta de 1.650.

Durante sua longa História, a Índia sofreu inúmeras invasões, tanto dos seus vizinhos, como de europeus, sendo de destacar, do ocidente, principalmente, as arremetidas da Inglaterra, Holanda, França e Portugal.

Mas o verdadeiro domínio da Índia foi efetuado pelos ingleses. Em 1609 a Cia. das Índias Orientais, representando o Império britânico, enviou para lá o Capitão William Hawkins, que deu os primeiros passos para a implantação da grande colônia inglesa – cognominada “jóia da coroa”, dadas suas imensas riquezas, especialmente toneladas de rubis e outras pedras preciosas, carregadas em navios e mais navios para a poderosa Inglaterra.

Após muitas batalhas e conflitos internos e externos, de fato, pode-se dizer que a partir de 1828 até 30 de janeiro de 1948, a Índia pertenceu quase que totalmente à Inglaterra. A extensão de sua área abrangia, naquela época, os territórios pertencentes, hoje, à Índia e Paquistão, ou seja, cerca de 4 milhões de quilômetros quadrados e uma população que girava em torno dos 200 milhões de habitantes (quase a do Brasil atual).

É fácil imaginar-se as imensas dificuldades para um país como a Inglaterra dominar tão vastos territórios, habitados por povos de várias origens, com costumes próprios e falando inúmeras linguas e dialetos.

Mas a sabedoria dos ingleses consistiu em dar todo apoio aos Marajás e Senhores regionais, mantendo-os no Poder e deixando-os explorar o povo à vontade, desde que obedecessem suas ordens e seguissem religiosamente as diretrizes traçadas pela Matriz.

Durante todos os séculos de domínio os ingleses poucas vezes tiveram que intervir – e assim mesmo só para garantirem seus sobas e paus-mandados. Quem matava indianos para “manter a ordem”, eram os próprios indianos, comandados pelos Marajás e Governadores locais.

O mesmo se pode dizer da França, na época em que foi invadida e dominada pelos alemães, no curso da segunda guerra mundial. Quem prendia e matava os franceses eram os próprios franceses, sob o comando do Marechal Pétain, membro glorioso do Exército francês.

Isto nos vem à lembrança quando constantemente lemos em livros e jornais artigos, comentários e declarações de figuras das mais eminentes, preocupadas com uma possível intervenção armada norte-americana, especialmente na Amazônia.

Ora, quem está matando brasileiros nos garimpos e nas matas da amazônia não são americanos, nem sequer estrangeiros. São brasileiros, mesmo.