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Os casamentos mudaram

Quando eu era criança casamentos eram algo simples e previsível. Os noivos entravam na igreja de forma solene, recebiam a bênção religiosa e assim começavam uma nova fase em suas vidas. Eram os bons e velhos casamentos de antigamente.

Eu disse “eram” porque de uns tempos para cá as coisas mudaram muito. Começo pelas núpcias do casal australiano Ellie Barton e Phil Hendicott, que decidiram economizar nos trajes de forma radical – tudo o que eles vestiram durante a cerimônia, realizada diante de uns 250 convidados, foi o anel. Só ele, e nada além dele.

Um outro casal, este lá da Bélgica, resolveu que casar é um ato radical – e assim contrataram um guindaste para levantá-los a bordo de uma plataforma, assim como o celebrante e os convidados, até uma altura de uns 60 metros, de onde saltariam logo após o “sim”. Os dois pombinhos, Jeroen e Sandra Kippers, descobriram uma empresa chamada “Casamento nos Céus”, especializada em cerimônicas exóticas. O único detalhe inconveniente é que todo mundo ficou lá nas alturas amarrado nas cadeiras, à exceção dos infelizes garçons.

Não menos curioso foi o casamento de Xie Qiyun, uma chinesa de Guangzhou. Ela casou-se a bordo de um vestido cuja cauda media 182,87 metros e pesava 99,79 quilos. A quem achar que este foi um recorde mundial, recordo um casamento acontecido no Chipre, em 2007, no qual o véu da noiva alcançou a inacreditável marca de 1.362 metros! Haja pano para esse pessoal…

Enquanto isso um outro casal, Lisa Satayut e Drew Ellis, decidiu que a cerimônia nupcial deveria acontecer dentro de uma loja de departamentos, e em horário comercial. A cena foi imperdível: os fregueses da loja pararam para contemplar o ato, realizado em um corredor da seção de calçados.

Realmente, dá de tudo. Vejam que na China Xiao Wang, noivo de Xiao Liu, decidiu abafar na decoração. Assim, investiu o equivalente a um ano de seu salário na aquisição de 99.999 rosas. Isto aconteceu em Chongqing, onde o número 999 tem fama de dar boa sorte. Detalhe: o casal ainda doou 20% do valor das rosas para caridade.

Já nos Estados Unidos o casal April Pignataro e Michael Curry foi da opinião de que o melhor lugar para casar era dentro do mar, com os níveis de adrenalina no limite. E lá foram eles dentro de uma gaiola metálica para um lugar repleto de tubarões ferozes. Detalhe: o celebrante, pessoa de juízo, ficou fora da água e realizou o casamento por rádio.

Na Rússia, um outro casal achou de fazer um casamento saudável – a bordo de bicicletas. Funcionou assim: os noivos, vestidos a caráter, idam pedalando pelas ruas da cidade, acompanhados do celebrante e dos convidados, todos pedalando. E enquanto pedalavam iam se casando, trocando alianças e tudo o mais.

Há ainda o não menos curioso episódio de um casal de Ohio, nos Estados Unidos, que decidiu ir ao altar acompanhado de 110 pajens. A noiva, Jill Stapleton, era professora de dança, e achou que seria legal entrar na igreja com todos os seus alunos – cada um deles.

Em contraste com tudo isso há o caso de Kevin Lavelle, noivo de Michelle Thomas, que foi assassinado em Oxfordshire, no Reino Unido. Eles já viviam juntos e tinham dois filhos, mas haviam decidido que o casamento iria completá-los. E eis que, mesmo sob perda tão brutal, Michelle decidiu ir ao necrotério e trocar alianças com seu noivo, sob as bênçãos de um sacerdote e na presença dos filhos e familiares. Afinal, o amor é eterno!