- Pedro Valls Feu Rosa - http://pedrovallsfeurosa.com.br -

Quisling

Durante a Segunda Guerra Mundial um personagem tornou-se famoso. Seu nome era Vidkun Abraham Lauritz Jonsson Quisling, conhecido simplesmente por Quisling.

Era Ministro da Noruega e fundador do Partido da União Nacional, naquele País. Celebrizou-se porque, através de seus pronunciamentos e manifestações, colaborou decisivamente para a invasão da Noruega pelos alemães, que, graças às suas mensagens e pregações, deu-se quase que pacificamente, sem reação, ou com o mínimo possível de insatisfações.

Os noruegueses mostraram-se felizes com a invasão alemã, que logo em seguida mostrou-se brutal e inclemente, tornando-os escravos.

A partir de então a palavra “quisling” passou a ser sinônimo de traição, assim sendo designados todos aqueles líderes políticos e detentores do Poder estatal, que atraiçoam seu povo e sua Pátria.

Mas durante a segunda guerra mundial não foi apenas este o exemplo que a História nos mostra de traição dos líderes, conduzindo o povo para caminhos dolorosos e tristes. Ou melhor, para a desgraça.

Temos, também, o caso da Áustria. Seus mais importantes líderes políticos pregavam sua anexação à Alemanha. Foi assim que, em 1938, as tropas de Hitler invadiram a Áustria, sendo recebidas com aclamações. O povo austríaco mostrava-se feliz e eufórico. O Parlamento decretou o “Anschluss”, ou seja, “anexação”. Assim foi que a Áustria desapareceu como País e passou a ser mera província alemã, sem que os alemães tivessem que dar um tiro sequer.

Tantas e tão persuasivas haviam sido as mensagens de doutrinação do povo, que, realizado um plebiscito logo depois, noventa e nove por cento da população manifestou-se favorável ao fim de sua Pátria, entregando-se, assim, de braços abertos, ao jugo da botina nazista. Ressurgiu após o fim da guerra.

Como, já diziam os romanos, que “a história é a mestra da vida”, tudo isso nos vem à memória quando observamos o que se passa, atualmente, no nosso País.

Vemos, ouvimos e lemos constantemente alguns patriotas e nacionalistas autênticos defendendo com ardor a unidade nacional e alertando para o perigo de invasão estrangeira na Amazônia.

Mas, enquanto isso, desenvolve-se campanha pertinaz, incansável e insistente, dirigida e comandada por brasileiros, exatamente em sentido contrário.

Basta dizer que, enquanto brasileiros são impedidos de viajar para a amazônia, e, se, enfrentando os maiores obstáculos, lá chegam, são impedidos de trabalhar, são sumariamente expulsos, quando não são presos e assassinados. As fronteiras estão trancadas para brasileiros, mas abertas para estrangeiros.

Desenvolve-se intensa campanha, sistemática e persuasiva, pregando insistentemente que o brasileiro vem destruindo a amazônia, é um predador e que, a continuar nesse ritmo, dentro de poucos anos a floresta estará extinta.

De vez em quando um ou outro comentarista escreve algo em defesa do patrimônio nacional, esclarecendo por “a” mais “b” que isso tudo são fantasias, que na realidade a imensa floresta, que representa mais da metade do território nacional, continua quase que intata.

De nada adianta a exibição de dados estatísticos e levantamentos feitos por órgãos da maior confiabilidade técnica possível, porque a ladainha dos negativistas é muito maior, jorrando despudoradamente.

Aliás, Goebbles, o Ministro da Propaganda de Hitler, dizia, cinicamente, que “a verdade não passa de uma mentira muito repetida”.

Como todos os pensadores e filósofos têm acentuado, “só se pode planejar o futuro olhando-se para o passado”. E, dentro dessa linha de raciocínio o que observamos nitidamente é o perigo de, num futuro bem próximo, realizar-se um plebiscito e os próprios brasileiros abrirem mão da amazônia.

Basta dizer que temos ouvido muitos brasileiros – homens cultos e inteligentes – defenderem a tese da internacionalização da amazônia, convencidos que estão de que, nas mãos dos brasileiros, a floresta dentro de poucos anos deixará de existir.

Assim como na Noruega, Áustria, e até mesmo na França de Pétain e Laval, tudo parece indicar que, no nosso caso, à semelhança do cavalo de Tróia, “os inimigos estão dentro”

A propósito, não custa relembrar Rodriguez Marin quando dizia que: “Ao começar o dilúvio andavam todos alegres, dizendo uns aos outros: que ano bom será este”.