O mundo como ele realmente é

Uma em cada seis crianças dos países mais ricos do mundo vive na pobreza. São aproximadamente 47 milhões de crianças nessa situação. De acordo com a UNICEF, a pobreza nos países industrializados varia de 3% a 19% da população infantil. As nações com as maiores taxas são a Inglaterra, a Itália e os Estados Unidos da América.

Segundo estatística publicada pela rede Al-Jazeera, do Qatar, no ano de 2006 os Estados Unidos da América se firmaram como o maior exportador de armas do planeta, tendo celebrado contratos no valor de US$ 16,9 bilhões (uns R$ 30 bilhões).

A ONU estima que 19% da humanidade vive com menos de US$ 1, ou R$ 1,75, por dia. Isto significa que mais de 1 bilhão de pessoas estão abaixo da linha da pobreza em todo o mundo. Por conta disso, 27% das crianças com menos de 5 anos em países pobres estão abaixo do peso.

A humanidade gasta em guerras e armamentos o equivalente a US$ 200 por pessoa a cada ano. De acordo com a Agência Novosti, da Rússia, os gastos militares globais alcançaram US$ 1,34 trilhão em 2007 – uns R$ 2,4 trilhões.

Na Índia, uma potência nuclear, Vijay Prakash, Secretário do Departamento Estadual de Bem-Estar Social de Bihar, tem incentivado os pobres ao consumo da carne de rato. Segundo ele, a carne de rato é muito rica em proteínas. No Camboja, o preço da carne de rato subiu 400%, em função das taxas de inflação que retiraram do povo mais humilde a possibilidade de adquirir alimentos outros.

Psicólogos da Universidade de Buffalo, nos Estados Unidos, conseguiram um orçamento de US$ 4 milhões (uns R$ 7,2 milhões) para estudar a relação entre álcool e vida profissional. Concluíram ser mais provável que alguém falte ao serviço quando está de ressaca. Um grupo de cientistas ingleses, contando com o apoio de helicópteros da Marinha Real, foi às Ilhas Malvinas verificar se é verdade que toda vez que um avião ou helicóptero passa os pinguins olham para o céu. O governo inglês gastou US$ 160 mil (R$ 288 mil) em um estudo destinado a apurar qual a melhor forma de abrir um pacote de queijo.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, mais de 900 crianças morrem por hora no mundo em conseqüência de doenças causadas pela falta de saneamento básico. Na Inglaterra, segunda pesquisa divulgada pela BBC News, 44% dos doentes de câncer não têm dinheiro para comprar remédios. Na Alemanha, 850.000 seres humanos estão  desabrigados. Em Miami, nos Estados Unidos da América, os pobres já são quase 30% da população. Na Suíça, de acordo com dados divulgados pelo Swissinfo, estima-se que 10% da população viva abaixo da linha de pobreza.

Nos Estados Unidos da América, um relatório governamental revelou que o governo custeou para seus funcionários cirurgias plásticas, pastas de couro de luxo, vinhos caríssimos e até uma cabeça de veado empalhada. Li no El País, da Espanha, que no ano de 2004, em um único Estado, o governo gastou 165 mil Euros (quase R$ 420 mil) em banquetes e vinhos, 300 mil Euros (quase R$ 750 mil) em propaganda e incríveis 26 mil Euros (uns R$ 65 mil) em ingressos para touradas.

A ONU concluiu que quase 20% da população mundial não tem acesso a água tratada em função de descasos sucessivos. Concluiu-se que, em função deste trágico quadro, mais de três milhões de seres humanos morreram no ano de 2002 em conseqüência de doenças ligadas à qualidade da água.

Li em um jornal canadense que o governo de lá comprou 1 milhão de bandeiras imprestáveis e defeituosas. Na Austrália, o jornal The Age noticiava o sumiço de US$ 486 milhões (uns R$ 850 milhões) das contas do Parlamento. Na Rússia, segundo li no jornal Novye Izvestia, uma pesquisa de opinião pública apontou que alguns agentes públicos são mais perigosos que bandidos e terroristas – aliás, segundo a Agência Novosti, também de lá, eles roubam do país, a cada ano, US$ 316 bilhões (R$ 553 bilhões) só em propinas.

Mundo cão, este! Faz-nos lembrar Samuel Johnson, segundo quem “nada é pequeno demais para uma criatura tão pequena quanto o homem”.

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