Um filme sobre o Brasil

Há alguns dias assisti a um vídeo sobre o Brasil – em um jornal lá do Paraguai! Uma produção primorosa da BasfAgro, intitulada “Brasil: um planeta faminto e a agricultura brasileira”. Sem exagero, trata-se de um filme que deveria ser visto por todos os brasileiros.

A narrativa se inicia nos anos 1970. De lá para cá, a população mundial simplesmente dobrou – o que definitivamente não aconteceu com as terras destinadas para a agricultura. Tradução: havia que se aumentar, e muito, a produtividade. E o Brasil conseguiu, passando de importador a um dos maiores exportadores de alimentos – utilizando apenas 9% do seu território.

No período de 1976 a 2010, por exemplo, a área plantada de grãos e oleaginosas aumentou apenas 27%, enquanto que a produção subiu inacreditáveis 213% – ou seja, a produtividade aumentou 2,5 vezes. No mesmo período, a agricultura brasileira produziu, por hectare, 3,51 vezes mais arroz, 3,04 vezes mais milho, 2,18 vezes mais feijão, 1,90 vez mais soja e 2,92 vezes mais trigo. Entre 1980 e 2005 a produtividade de hortaliças também subiu: saltou de 10,905 para 22,503 toneladas por hectare.

Vamos ao que isso significa: em 1940 um agricultor produzia alimento para 19 pessoas. Em 1970, para 73 pessoas. E em 2010 para 155 pessoas! Em sentido inverso, o preço da cesta de alimentos caiu pela metade entre 1975 e 2010.

Esta tem sido uma bênção para a nossa economia: o agronegócio já responde por 25% do PIB brasileiro, e é responsável por 37% da mão-de-obra empregada.

Mas a boa notícia não termina aí – abrange também o campo da geração de energia. Para início de conversa, em 2010 o consumo de etanol da cana-de-açúcar superou o consumo de gasolina no Brasil. E até 2020 a produção de energia a partir do bagaço da cana pode atingir níveis comparáveis aos da hidroelétrica de Itaipu.

Para que isso fosse possível, entre 1975 e 2010 a produção de cana aumentou de 89 para 696 milhões de toneladas, ocupando menos de 1% do território brasileiro – ou seja, nos últimos 20 anos a produtividade média de cana aumentou de 61 para quase 88 toneladas por hectare.

E o meio-ambiente? Também aí de parabéns o Brasil: o agricultor brasileiro é o que mais devolve embalagens vazias de defensivos – em 2010, foram 94% delas.

E o futuro? Prevê-se que em 10 anos a demanda mundial por alimentos crescerá 20% – e o Brasil estará preparado para atender incríveis 40% desta demanda – um verdadeiro celeiro da humanidade.

Conseguir isto não é fácil: as culturas alimentares competem com 100 mil espécies de fungos fitopatogênicos, 30 mil espécies de plantas daninhas e 10 mil insetos herbívoros – 20 a 40% da produção ainda são perdidas pelo ataque de pragas.

Há também nosso amor pela natureza: no Brasil, 115 milhões de hectares são áreas de conservação ambiental, e 109,1 milhões reservas indígenas. Fazemos questão de manter intocada 69,4% de nossa cobertura vegetal nativa – só para fins de comparação, na Europa, ela é de apenas 0,3%.

Recente estudo norte-americano, confirmando o que este vídeo mostra, demonstra que a partir de 2019 seremos os maiores exportadores de alimentos do mundo. Esta vitória do nosso país é fruto do sacrifício e do trabalho de muitos heróis anônimos: agricultores, técnicos e pesquisadores da Embrapa e de empresas privadas, dentre tantos outros. A todos eles deixo, aqui, a pequena mas sincera homenagem e gratidão de um brasileiro que acredita no Brasil e no seu futuro.

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