As câmeras e a luta contra o crime

Estados Unidos da América, 2003. O Governo decide ampliar o número de câmeras de vigilância espalhadas pelas ruas, de forma a aumentar a eficiência no combate ao crime. As ruas e estacionamentos das grandes cidades foram transformadas em locais sob permanente vigilância. Segundo reportagem publicada pelo jornal USA Today, a situação era tão grave que em Chicago as câmeras tiveram que ser protegidas por vidros à prova de balas a fim de que não fossem destruídas por marginais. Os resultados desta iniciativa impressionam: apenas em Los Angeles, a Polícia reportou uma queda de 50% no número de tiroteios entre gangues. Em Chicago, o tráfico de tóxicos nas ruas caiu incríveis 76% nos sete meses seguintes à instalação do sistema, e reportou-se ainda uma queda de 46% nos crimes de furto, roubo e danos.

Suíça, 2004. Sem recursos humanos suficientes para lutar contra a criminalidade e os atos de vandalismo nos trens, a administração partiu para a instalação de câmeras de vigilância. Constatou-se, após a instalação deste sistema, uma queda de 80% no número de infrações cometidas a bordo dos 225 trens monitorados.

Austrália, 2005. Com os nervos à flor da pele em função dos altos índices de criminalidade, a população da cidade de Melbourne recebe um sistema de câmeras de vigilância. No ano seguinte, conforme divulgado pelo jornal The Age, estas câmeras, sozinhas, permitiram a prisão de 500 criminosos – mais de um por dia!

China, 2007. Em Shenzen, uma cidade na qual residem 12,4 milhões de habitantes, começam a ser instaladas 20 mil câmeras de vigilância. Em Beijing, um sistema similar é tão avançado que computadores detectam automaticamente, com base nos movimentos das pessoas, possíveis violações à lei – o único problema é que muitas vezes o software confunde abraços de namorados com tentativa de assalto ou roubo. Quanto ao mais, um sucesso.

Japão, 2007. Um novo modelo de trem-bala, daqueles que cruzam ferrovias a mais de 300 km/h, é apresentado ao público. Uma das novidades introduzidas é um moderno sistema de vigilância composto por 60 câmeras em cada trem, conectadas a mais de 30 mil outras espalhadas pelas estações do país. Este incrível sistema reconhece, automaticamente, as faces de criminosos procurados, com margem de acerto de 98%. O inacreditável é que este sistema distingue até gêmeos, e identifica pessoas mesmo se elas estiverem usando chapéus ou tiverem alterado substancialmente suas formas físicas.

Índia, 2007. Em Nova Deli, a população aplaude a chegada de 100 câmeras de vigilância, que são espalhadas pela cidade. A partir das imagens produzidas, policiais detectam atos criminosos e tomam as devidas providências, e ao mesmo tempo um poderoso software examina uma a uma as faces das pessoas que passam pelas ruas em busca de criminosos procurados.

Portugal, 2007. Desesperados diante dos frequentes roubos e violências de que eram vítimas, motoristas de táxi conseguem a aprovação de um projeto de lei instituindo a implantação, em seus veículos, de um sistema de filmagem conectado à Polícia. Assim, as forças de segurança conseguem identificar, em tempo real, quais taxistas estão a correr perigo.

Brasil, 2008. Uma matéria do jornal Folha de São Paulo revela que traficantes ligados à facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) monitoravam a ação da Polícia em uma favela paulista utilizando um sistema de câmeras de vigilância instaladas em postes e conectado a dez televisores que ficavam dentro de um barraco, no qual ainda foram encontrados 40 kg de maconha e cocaína. Após terem sido descobertos, os criminosos puderam fugir graças à eficiência deste inédito sistema de vigilância, que revelou a tempo a aproximação da Polícia.

Espírito Santo, 2009. A população vê com esperança a alvorada da implantação em larga escala de câmeras de vigilância pelas ruas e praças. Ao mesmo tempo em que parabenizamos pela iniciativa, desejamos boa sorte na implantação e principalmente no gerenciamento deste sistema, que já começa a apresentar seus primeiros e bons resultados.

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