Coisa de doido!

Dia desses li que o Brasil importa óleo diesel lá dos EUA. Eis aí uma coisa difícil de entender, dado sermos um dos maiores produtores de petróleo do planeta – algo, aliás, fartamente trombeteado através dos instrumentos de propaganda oficial. Há ainda o etanol, que também importamos daquele país. É complicado compreender como um povo que há poucos anos detinha a liderança absoluta – e pioneira – na produção de álcool combustível tenha chegado a este ponto.

Somos, também, grandes importadores de chocolate da Alemanha. Tenho, igualmente, dificuldades de entender um quadro desses, na medida em que naquele país, até onde sei, não existe uma única plantação de cacau!

Nós importamos, ainda, robustas quantidades de café da Suíça. Uma vez mais, acho complicado entender o que se passa, pois, segundo apurei, eles não tem sequer um cafezal em todo o país.

Descobri, não faz muito tempo, que o Brasil, desde 1996, não produz trilhos de trem – importa-os, por exemplo, da França e da China. Devo ser mesmo uma pessoa de mente muito primária, pois não consigo entender como um país de dimensões continentais praticamente não tem ferrovias, e bem assim por qual motivo um dos maiores produtores de minério de ferro do planeta importa trilhos!

Nosso país tem andado a importar energia elétrica da Argentina e do Uruguai. Pessoa de peco bestunto que sou, ainda não alcancei os motivos que levaram aquele Brasil que criticava Itaipu como “obra faraônica” a este estado de penúria energética.

Tomei conhecimento, há algum tempo, que importamos um terço do pescado que consumimos. Devo ser mesmo uma pessoa de mente muito tosca, pois sequer imagino as razões que levam um país que conta com 8.500 km de litoral, além de ter o maior rio do planeta em volume de água, a importar tanto peixe!

Temos importado, quem diria, o bom e velho feijão! Ouvi falar que ele viria da Argentina, do Paraguai, da Bolívia, e talvez até do México e da China. É algo complexo demais para minha parca inteligência entender por quais razões importamos tanto feijão na terra em que, conforme Pero Vaz de Caminha, “em se plantando tudo dá”.

Eu teria muito mais a escrever, mas vejo-me forçado a encerrar agora este texto. Acabaram de me informar que um rabo está abanando um cachorro ali na rua, e tenho que ir lá ver isso!

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