Um texto sem sentido algum

Decidi fazer uma experiência: escrever um texto absolutamente sem sentido. Pensei em simplesmente ir amontoando notícias que leio de jornais do mundo, sem qualquer nexo lógico. Como ficaria?

Na Itália o vereador Luigi de Fanis decidiu nomear como sua secretária uma certa Lucia Zingariello. Antes de nomeá-la, porém, exigiu sua assinatura em um contrato através do qual ela se obrigava a manter relações sexuais com ele “pelo menos quatro vezes por mês”.

No Butão a Assembleia Nacional proibiu os parlamentares de entrarem com computadores portáteis no plenário, em razão do receio de que eles percam tempo jogando nas máquinas ou vendo fotografias com temas pornográficos.

No Quênia uma cabra compareceu a um juizado para depor como testemunha em um caso de bestialidade. Segundo consta seu agressor, Kitsao Gona, foi condenado a dez anos de prisão. Impressionou a todos, durante o julgamento, o ar altivo do animal.

No Reino Unido as autoridades policiais prenderam um cachorro sob a acusação de furtar ossos em uma loja. O canino, que responde pelo nome de Cato, só foi solto após os proprietários do estabelecimento declararem formalmente que não apresentariam queixa contra ele.

No Egito seis pessoas de uma mesma família pularam em um poço para salvar uma galinha. Morreram todas afogadas. Em tempo: a galinha se salvou.

No Reino Unido pesquisadores descobriram que um em cada cinco adultos dorme abraçado com algum ursinho de pelúcia.

Na Índia a cidade de Shahar Maipur decidiu enfrentar para valer o sério problema da defecação a céu aberto – só poderá casar-se quem vá morar em uma casa equipada com banheiro.

Na Suíça um tal Birol Kayikci foi multado por trafegar em excesso de velocidade a bordo de sua patinete.

Na Arábia Saudita um juiz decidiu que maridos podem “dar uns tabefes” nas esposas caso elas gastem além da conta.

Nos EUA um banco da Florida proibiu um cliente de sacar dinheiro de sua conta corrente por não poder fornecer suas impressões digitais. Detalhe: o dito cujo não tem um braço sequer.

No Canadá um turista frustrado processou a República Dominicana sob o fundamento de que choveu durante praticamente toda a sua estadia naquele país.

Nos EUA uma carta foi entregue ao destinatário com 47 anos de atraso – e no Reino Unido uma outra apenas chegou 90 anos após ter sido enviada.

Em Dubai autoridades de trânsito prenderam um intrépido motorista que conduzia seu veículo a incríveis 260 km/h.

No Canadá uma senhora foi multada por não ter colocado a mão no corrimão de uma escada rolante.

No Reino Unido seis em cada dez bombeiros hidráulicos admitiram urinar nas pias das casas nas quais trabalham.

Na Espanha um religioso decidiu proibir um casal de chorar durante o enterro do filho – segundo consta, os soluços estavam atrapalhando as orações.

Na Malaysia Yahaya Wahab recebeu uma conta de telefone no valor de 218 trilhões de dólares – e bem assim uma ameaça de processo caso não a quitasse no prazo improrrogável de dez dias.

No Reino Unido um candidato a vereador foi processado por ter comprado votos. A “moeda de troca”, apurou-se, consistiu em pedaços de bolo para eleitoras idosas.

Na Suíça cerca de mil banqueiros estariam evitando sair do país por medo da prisão – ao que parece, estariam envolvidos em um grosso esquema de sonegação.

E é assim, diante de toda a lógica desta loucura toda, que termino, sentido, este texto sem sentido.

 

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