Como prevenir

Dia desses li que o governo de Quênia planeja retirar todos os bolsos dos uniformes dos policiais, a fim de prevenir atos de corrupção. Segundo divulgado, ficaria mais difícil esconder o dinheiro extorquido da população. A mesma matéria revela, porém, que os policiais reagirão a este plano, considerando os bolsos de seus uniformes esteticamente relevantes.

Quem teve a mesma iniciativa foi o governo do Nepal. Naquele país proibiu-se a existência de bolsos nos uniformes dos fiscais e policiais do aeroporto de Katmandu. Apurou-se ser comum o pagamento de propinas e bem assim o furto de carteiras pelas autoridades daquela vetusta instalação – o que, nas palavras do Primeiro-Ministro, estaria a prejudicar a boa imagem do país.

Em Nanquim, na China, decidiu-se enfrentar o problema tornando obrigatória a declaração de amantes às autoridades tributárias. Descobriu-se que 95% dos funcionários corruptos dão seus golpes tendo as amantes como comparsas. Assim, proibiu-se a “sonegação de amantes” – quem tiver uma e não declará-la ao fisco será preso.

Naquele mesmo país, em Tianjin, optou-se por limitar as viagens dos funcionários – que apenas poderão sair do país uma vez por ano, em períodos limitados a 15 dias. Segundo consta, a ideia é prevenir a fuga de servidores corruptos.

Ainda na China, uma outra medida tem sido obrigar os funcionários públicos a passar um dia em alguma penitenciária, a fim de que constatem o quão ruim é ficar preso e reflitam melhor sobre as consequências de seus atos.

Enquanto isso, na Colômbia, anunciou-se que todos os funcionários que participam da elaboração das folhas de licitações ou na adjudicação de contratos serão submetidos, antes e depois, a um teste de polígrafo, o popular “detector de mentiras”.

Na cidade de Santa Rosa (EUA) a tática foi outra. Instalou-se uma placa, em plena via pública, na qual lia-se: “Perigo. Cuidado com a Polícia. Os agentes do xerife estão cometendo crimes nesta área”.

A opção por placas de sinalização foi adotada, também, na cidade de Chennai Docks, na Índia. Assim, logo na entrada de uma repartição pública lia-se um sombrio e desesperado pedido: “Por favor, não corrompa ninguém”.

Não sei por qual motivo, mas veio-me à memória sábio provérbio latino segundo o qual “a corrupção do que há de melhor é a pior”.

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