Registros históricos

Lídice era uma pequena cidade da Checoslováquia, habitada quase que exclusivamente por mineiros, que, antes da segunda guerra mundial, contava com cerca de 500 habitantes.

Quando o País foi invadido pelos alemães, Hitler designou como Chefe de ocupação na Checoslováquia o General Reinhard Heydrich, que instalou um regime de terror e opressão insuportáveis: verdadeiro massacre. Milhares de checos, homens, mulheres e crianças, eram trucidados e executados sumariamente, em via pública, sem qualquer culpa ou julgamento. Tão-só e apenasmente para servirem de exemplo ao mundo.

Eis que um grupo de patriotas, resistindo corajosa e heroicamente à truculência alemã, arma uma emboscada e mata o temível carniceiro Heydrich, designado “gauleiter” da Nova Ordem que o Terceiro Reich pretendia implantar no mundo.

Esse ato foi considerado por Hitler e pelo Alto Comando alemão como “suprema audácia” de uma sub-raça contra uma Raça Superior. Achavam inadmissível e insuportável sob todos os títulos a rebeldia do desarmado e vencido frente às poderosas forças alemãs. Isso seria absolutamente imperdoável, exigindo resposta à altura.

Hitler determinou que se apurasse imediatamente quem foram os responsáveis, a fim de serem punidos com o máximo rigor tanto eles, em pessoa, como todos seus familiares e amigos.

Utilizando os conhecidos métodos da tristemente famosa Gestapo (Polícia Secreta do Estado), chegou-se, sem dificuldades, aos nomes.

Apurou-se que dentre os conspiradores havia dois mineiros, habitantes de Lídice.

Aí, então, a ira do poderoso chefão tornou-se incontrolável. Condenou, além dos dois “celerados nacionalistas”, toda a cidade onde viviam e habitavam.

Foi assim que no dia 10 de junho de 1942 o exército alemão destruiu completamente aquela pequena cidade da Checoslováquia. Todos os seus habitantes foram fuzilados e as casas destruídas a tiros de canhão. Nada sobrou. Hitler dizia que Lídice desapareceria para sempre do mapa-múndi.

Esse tétrico e sinistro episódio revoltou a opinião pública mundial, e, após o término da guerra, milhões de pessoas – especialmente mineiros – passaram a colaborar para a restauração de Lídice, que, por incrível que pareça, levantou-se das cinzas e existe até hoje.

Na História da Humanidade, entretanto, esse episódio não foi o único, e, lamentavelmente, tampouco será o último.

Basta dizer que a idéia original surgiu no Império Romano. Os romanos, quando contrariados pelos povos mais fracos, que audaciosamente desobedeciam suas ordens ou teimavam em deixar de reconhecer sua onipotência, despachavam uma “expedição punitiva”. Seguia para lá uma legião comandada por qualquer General de plantão. Os legionários, mesmo antes de chegarem à Capital, já iam pelo caminho queimando e destruindo tudo – casas, plantações, colheitas, criações de gado, animais domésticos, etc. Houve casos em que toda a população era liquidada; suas casas, derrubadas e destruídas, após impiedoso saque de tudo que pudesse haver de valor. Os poucos que sobravam eram carregados para servirem de escravos.

Roma, quando conquistou Cartago, procedeu da mesma forma. Os vencidos foram barbaramente castigados. Cipião, o general vitorioso, recebeu ordens expressas do Senado para deixar a cidade reduzida a pó, e que todos os seus habitantes fossem passados “a fio de espada”, sem dó nem piedade. Dito e feito.

A cidade foi entregue ao saque dos soldados, e seus restos reduzidos a cinzas. Ao fim de 17 dias de atrocidades de toda espécie, incêndios e destruição, só restaram ruínas.

Esses fatos, que se desenrolaram cerca de 200 anos antes de Cristo, mostram-se de uma atualidade impressionante quando vemos o que se passa, hoje, na Iugoslávia.

A propósito vale muito bem relembrar o Talmude, quando diz do alto de sua sabedoria que: “O homem foi criado no sexto dia. Por isso não deve sentir-se muito orgulhoso e enaltecido, pois o mosquito foi criado antes dele”.

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