A força do exemplo

O estudo da História da Humanidade mostra claramente que o fator fundamental para que os homens de juntassem e se unissem sob o comando de um Rei, Príncipe, Chefe ou Monarca foi, sem dúvida alguma, a necessidade de proteção. Daí surgiram os Estados modernos.

Todas as pessoas, em todos os reinos, em todo o mundo e em todos os tempos sempre se sujeitaram a pagar tributos a seus soberanos, esperando serem defendidos das agressões e abusos dos mais fortes e mais poderosos.

Desde que o mundo é mundo os peixes maiores e mais fortes querem comer os mais fracos. Daí a necessidade de um escudo colocado nas mãos de um homem enérgico e destemido, capaz de evitar a violência do mal contra o bem.

Por isso, chega a causar espanto, tristeza, senão revolta e asco, quando lemos que só num bairro da periferia de São Paulo foram mortas, em dois meses, 156 pessoas. Seus autores teriam sido membros de gangues juvenis.

Aqui no nosso Estado, não obstante o extraordinário esforço despendido pelo dinâmico Governador José Ignácio, tudo indica que estamos diante de uma criminalidade incontrolável.

Se a principal finalidade do imposto é exatamente dar proteção e garantir ao cidadão o direito de ir, vir e permanecer tranquilo no seu trabalho e em seu lar com sua família, parece que isso não se aplica nem vale no nosso País. Vivemos sob o jugo de uma carga tributária imensa e absurda, que anda pela casa dos quarenta por cento de tudo que é produzido, e, portanto, de toda riqueza gerada.

E, enquanto os contribuintes e homens de bem, em geral, vivem angustiados e trancados em casa, sob o domínio do medo, os criminosos andam soltos, livres e desafiadores, cometendo cada vez número maior de crimes.

Há inúmeros bairros onde ninguém sai à noite. A população, em pânico, tranca-se em casa. E isso não é por falta de legislação.

Leis sempre as tivemos exabundantemente, embora descumpridas, desrespeitadas, confusas e contraditórias, gerando a intranquilidade e o desassossego na sociedade.

A mera existência de um regime jurídico não pode nem há de servir para caracterizar um Estado local, que exige, antes de mais nada, para o seu funcionamento, a capacidade de fiscalizar e impor o respeito à Lei.

Dentre as várias definições de Lei há uma que sintetiza muito bem o significado do termo: “É uma norma de conduta imposta coativamente pelo Estado”.

Logo, pela sua própria essência, o Estado tem que estar dotado de um instrumental repressivo, concentrado nos seus órgãos de segurança e no aparelho policial, para exigir e fiscalizar a observância às Leis. Sem isso não há Lei e não há Estado.

Uma Lei que não pode ser executada ou que não é imposta aos jurisdicionados não é Lei, ou deixa de sê-lo.

Assim, como vivemos num Estado Federal, uma Lei da União tem que ser obedecida, sem vacilações, por todas as unidades federativas, pois, segundo o princípio da hierarquia das Leis, ele se sobrepõe, inquestionavelmente, a todo ordenamento jurídico estadual e municipal.

Ao que parece, talvez a única solução para problema tão sério e atual, seja a oração. Tudo isso é devido à falta de Deus, ao materialismo ateu e dissolvente. Faltam os grandes exemplos que só a Religião sabe dar.

As imagens dos herois e dos santos despertam a humanidade e lhe faz imitar as suas virtudes. “Quantas imagens de grandes homens, diz Cícero, nos têm sido deixadas pelos escritores gregos e latinos, mesmo como objeto de admiração que como modelos! Eu as tenho tido sempre ante os olhos quando administro a república, e não tive senão que pensar nestes ilustres personagens, para regrar sobre esta idéia minha alma e meu espírito.”

“Medite quanto os bons exemplos servem à humanidade e reconheça que a recordação dos grandes homens não beneficia menos que sua presença” (Seneca).

A grande transformação moral que o cristianismo operou no mundo, é sobretudo o resultado dos exemplos que Cristo deu; foi assim que, após ter lavado os pés de seus discípulos, ele lhes disse: “Eu vos tenho dado o exemplo, a fim de que o que tenho feito a vosso respeito, vós o façais também”.

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